"As contribuições do desenho infantil no processo de desenvolvimento integral de crianças na Educação Infantil".

Capítulo 1: A construção do desenho infantil.
Utilizado como uma forma de representação até hoje em dia, o desenho é uma das formas de expressão mais antigas da humanidade, o desenho é uma representação gráfica de um objeto real ou abstrato em uma impressão (Castanho, Ferreira, Machado, Sobral).
Segundo Derdyk (2003)
O desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica, é um instrumento de conhecimento, possuindo grande capacidade de abrangência como meio de comunicação e de expressão. As manifestações gráficas não se restringem somente ao uso do lápis e papel. O desenho, como índice humano, pode manifestar-se, não só através das marcas gráficas depositadas no papel (ponto, linha, textura, mancha), mas também através de sinais como um risco no muro, uma impressão digital, a impressão da mão numa superfície mineral, a famosa pegada do homem na lua etc. (DERDYK, 2003, p. 20)
Sempre esteve presente entre a cultura da raça humana a característica do registro, na era Glacial, há cerca de 30.000 a.c os povos caçadores faziam uso da pedra para registrar figuras humanas, a cultura humana agrícola realizavam registros de linhas e formas circulares coloridas nas paredes. “Percebe-se, através da pré-história, que havia registro dos acontecimentos, mesmo não havendo a escrita, traços ficaram para contar as gerações seguintes...” (SIO) Realizavam registros de seus costumes, da forma que viviam, como se alimentavam. Assim, na pré-história quando as letras não existiam, a comunicação dos nossos ancestrais era feita através dos desenhos que eram deixados nas pedras, tal linguagem simbólica que nos permite conhecer fatos passados (Sio).
1.1 Quando a criança começa a desenhar.
Do mesmo modo como a milhares de anos atrás, acontece hoje em dia com as crianças que ainda não fazem uso das letras, é através de riscos e posteriormente desenhos que a criança se expressa, registrando o que sente e vê, tornando assim o desenho importante para a comunicação de todo ser humano. (Sio)
Segundo Derdyk (2003)
A criança é um ser em contínuo movimento. Este estado de eterna transformação física, perceptiva, psíquica, emocional e cognitiva promove na criança um espirito curioso, atento, experimental. Seu olhar aventureiro espreita o mundo a ser conquistado. Vive em estado de encantamento diante dos objetos, das pessoas e das situações que as rodeiam. (DERDYK, 2003, p.10)
As crianças sempre desenharam e fizeram registros, mesmo antes do século XX quando materiais como lápis e papel eram restritos, devido ao custo, as crianças já deixavam suas marcas impressas (Merèdieu 1979).Os primeiros desenhos que a criança faz são um resultado de um ato motor, assim o primeiro contato que a criança faz com o desenho, é percebido através do prazer gerado com o movimento do braço, somente depois de algum tempo a criança sentira prazer pelo efeito da impressão do lápis sobre o papel. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
Os primeiros desenhos feitos pelas crianças acontecem muitas vezes de forma não intencional, pela simples necessidade de se expressar, deixando suas marcas no chão, paredes e muros, utilizando seus dedos, galhos ou carvão.“O desenho das crianças é feito de maneira mais inconsciente, sem a preocupação do que os observadores irão pensar.” (MACHADO, p. 2)
O desenho é entendido como uma marca deixada pela criança em qualquer superfície, basta que a criança tenha em mãos um instrumento ou um objeto para que deixe sua marca, seja uma varinha na areia, até um pincel com tinta sobre o papel. Conforme a criança vai brincando e explorando o mundo com as mãos vai deixando suas marcas, criando, se relacionando e contando historias, desenhando a criança cria de forma lúdica um espaço de jogo, ao desenhar ela esta brincando. (Moreira 1999)
[...] a maneira como a criança concebe seu espaço de jogo com materiais de que dispõe, ou seja, a maneira como organiza as pedras e folhas ao redor do castelo de areia, ou como organiza as panelinhas, os pratos, as colheres na brincadeira de casinha, tornando-se uma possibilidade de conhecer a criança através de uma linguagem: o desenho de seu espaço lúdico. (MOREIRA, 1993, p. 16)
A habilidade de riscar é uma necessidade para a criança, como a necessidade de comer ou dormir, se for barrada, sua personalidade futura estará comprometida, dificultando suas expressões orais e escritas, introspecção, inibição e dificuldades psicomotoras, o riscar e desenhar são entendidos como apropriação de um sistema de representação relacionados ao pensamento e ações, são as primeiras formas de comunicação da criança com o mundo, quando expressa os seus sentimentos no papel, é o momento em que desenvolve os primeiros signos da escrita expondo o que sente, onde ela desenvolve sua lateralidade, comunicação escrita e um exercício para a motricidade e linguagem oral. “A criança é extremamente fiel às necessidades de seu sistema nervoso e às suas necessidades existenciais, o que confere um tom de veracidade a todos os seus gestos” (DERDYK, 1989, p. 52) Quando a criança desenha ela está ensaiando sua escrita. (Sio)“A criança rabisca pelo prazer de rabiscar, é uma auto-afirmação. O grafismo que então surge é essencialmente motor, orgânico, biológico, rítmico.” (SIO, p. 8)
Para Pillar (1990 >apud SILVA ; TAVARES 2011 p. 4) o desenho é um sistema de representação de forma gráfica no qual a criança é capaz de expressar sentimentos e pensamentos, o desenho para a autora é resultado de interações com o meio que leva acriança a estruturas mentais que as tornam capazes de realizar interpretações de mundo, o conhecimento é produto das interpretações realizadas. A autora acredita que o desenho é capaz de expressar o nível intelectual, emocional e perspectivo quando a criança realiza representações de suas experiências individuais.
A criança,ao desenhar,expressa sua criatividade em cada traço, em cada movimento, representando suas relações entre seus aspectos afetivo, social, cognitivo e motor. É em meio aos dos rabiscos, ignorados muitas vezes, que a criança demostra ousadia e a busca pela descoberta, é um momento significativo para ela, ao descobrir o imenso prazer e felicidade que gera o ato motor da movimentação e o efeito do lápis sobre o papel. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
Segundo Derdyk (1989),
O desenho constitui para a criança uma atividade total, englobando o conjunto de suas potencialidades e necessidades. Ao desenhar, a criança expressa a maneira pela qual se sente existir. O desenvolvimento do potencial criativo na criança, seja qual for o tipo de atividade em que ela se expresse, é essencial ao seu ciclo inato de crescimento. Similarmente, as condições para o seu pleno crescimento (emocional, psíquico, físico, cognitivo) não podem ser estáticas. (DERDYK, 1989, p. 52)
De acordo com Silva e Tavares (2011), quando a criança se expressa de forma livre age mais confiante, se arriscando em suas criações e atividades geradoras de prazer, assim conseguindo identificar suas representações.
Uma criança é um ser em continuo processo de exploração, experimentação e descoberta do mundo, agindo de forma natural, do seu jeito. Cada ação da criança é carregada de ludicidade, que possui marcas de expressões da realidade vivenciada pela criança. “O desenho infantil é todo construído a partir desta visão lúdica da realidade” (CASSIMIRO, MOURA, PIMENTEL, p. 5).
1.2 Desenho: os primeiros riscos e rabiscos.
Entender o desenho infantil é entender a concepção de infância, para não ver o desenho infantil como um ensaio do futuro artista e sim considera-lo como forma de auto –expressão e desenvolvimento da criatividade, sem que existam erros. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
Para Lowenfeld e Brittain 1977 (apud SILVA & TAVARES 2011, p. 4)a garatuja da criança marca a o início do desenvolvimento em que a criança é capaz de representar o emocional e intelectual em suas produções. A criança desenha para expressar seus sentimentos e pensamentos, registrando em seus desenhos seus medos, descobertas, tristezas e alegrias. Antes de aprender a escrever a criança usa o desenho como escrita, tornando assim uma marca da criança. (Moreira 1993)“O desenho interfere na construção da aprendizagem.” (SIO, p. 12)
Para a criança, o desenho é mais que uma forma de registro ou expressão, é uma forma de brincar, falar e registrar e é uma marca no desenvolvimento da infância, que durante as suas fases possui diferenças nos desenhos,similar nas crianças da mesma idade. (Sio)
O desenho infantil é descrito por fases em que a criança deve passar, mais sem que haja uma marcação de começo e término, as crianças são diferentes em seu desenvolvimento, podendo antecipar ou atrasar ou até mesmo pular uma fase. (Machado)
Wolf e Perry (1988 >apud COX 2000, p.21) descreveram que antes mesmo das primeiras marcas e rabiscos crianças de apenas de doze ou catorze meses usam o material de desenho de maneira simbólica, não-convencional ao enrolar um giz em um pedaço de papel e nomear o objeto como um “cachorro-quente”, realizando uma representação de ações e acontecimentos do mundo real. Para a criança uma coisa pode representar outra, característica do desenho figurativo, noção essa que as crianças adquirem antes de saber desenhar.
Para que os primeiros traços e o desenvolvimento do grafismo infantil surjam, é necessário o desenvolvimento da infância em aspectos como cognitivo, afetivo, motor, gráfico e estético e juntamente às áreas neuromotora, socioafetiva e cognitiva, que ocorre em média aos dezoito meses de idade (Silva 2002). “E o desenho será um fator primordial nessa compreensão do desenvolvimento influenciando no cognitivo, intelectual e emocional da criança...” (SILVA, TAVARES, 2011, p. 6)
A valorização do desenho é fundamental para o desenvolvimento pictório da criança, agindo de forma positiva na auto -estima da criança, a valorização pelo seu trabalho feito vai estimular a criança a realizar novos desenhos, assim aprimorando-os e se desenvolvendo. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
Com dezoito meses ao pegar um lápis e observar os registros deixados no papel, a criança vivencia corporalmente a ponta do lápis em uma superfície, e em outras superfícies também como furinhos com o dedo deixados na massinha ou o rastro do graveto sobre a areia. O desenho, as marcas são fruto de uma ação motora, que gera um ritmo biopsíquico. Ao repetir os gestos, as experiências, a criança passa a dominar os movimentos, os gestos e rabiscos. (Sio)
Com um ano e meio a criança está envolvida em suas primeiras garatujas, constituídas por traços casuais, sem qualquer tipo de controle. É um traçado mais ou menos arredondado, convexo ou alongado, que provoca um prazer cinestésico. Inicialmente, a criança pode nem perceber que gerou determinada marca, mas aos poucos passa a dar atenção aos rabiscos produzidos e começa a apresentar uma ação intencional. Inicia-se o controle do traço: o olho guia a mão. (SILVA, 2002, p.18)
Segundo Cox (2000), por volta dos vinte meses as crianças começam a fazer traços a fim de representar um objeto inteiro ou uma pessoa, alguns até conseguem dar nomes ao rabiscos, mas ainda não há nenhuma semelhança com o objeto mencionado, que se possa observar, deixando-os confusos ao perguntar sobre seu desenho um pouco depois.
Derkyk (1989) afirma que:
O desenho é indecifrável para nós, mas, provavelmente para a criança, naquele instante, qualquer gesto, qualquer rabisco, além de ser uma conduta sensório-motora, vem carregado de conteúdos e significações simbólicas. (DERDYK, 1989, p. 57) 
Quando chega aos dois anos de idade, a criança já com os rabiscos guiados, ainda não recebe influências externas, a possibilidade de registrar seus movimentos geram prazer cinestésico durante as garatujas realizadas, onde depois de um tempo a criança vai perceber que seu gesto produziu um traço, assim a criança vai repetir o gesto devido ao prazer do efeito que foi gerado. Com o controle das linhas guiadas com o controle visual, o prazer cinestésico passa a ser pensamento imaginativo, esse é o momento em que a criança começa a estabelecer relações entre o meio e suas produções. (Machado) “Esse processo será acelerado quando a criança começa a lidar e conhecer as cores relaciona o eu com o mundo visto de outra forma.” (SILVA, TAVARES, 2011, p.4)
Com três a quatro anos a criança tenta imitar produções artísticas dos adultos, procura produzir o real, suas produções são influenciadas pelos meios disponíveis a ela, a observação, os detalhes tudo aparenta uma tendência realista. (Castanho, Ferreira, Machado, Sobral) “Toda criança de três a quatro anos faz imitações de escrita dos adultos, e também pelos signos e desenhos que expressam a sua comunicação” (CASTANHO, FERREIRA, MACHADO, SOBRAL, p. 11).
“A partir dos quatro anos, surgem as primeiras experiências representativas”. (MACHADO, p.2) Nesta fase já é possível o identificar alguns elementos representados pela criança em meio as garatujas, a criança começa a organizar suas experiências, registrando seus pensamentos, o importante é o processo de criação em que a criança passou. (Machado)
Em meio aos rabiscos, o círculo começa a se destacar nos desenhos, uma figura que necessita uma maior coordenação para o encontro de seus pontos, posteriormente entre as garatujas nasce a figura humana formada por círculo e linhas verticais. Formas com ângulos como o triângulo e o quadrado aparem depois devido o controle motor ao fazer os traços, que deve estar mais aprimorado. Ao desenhar é comum que a criança nomeie seus desenhos, mudando algumas vezes de ideia e que não reconheça suas produções, até a explicação antes e durante o desenho (Silva 2002). Moreira (1993) diz que ao desenhar a criança fala frases importantes durante suas representações relacionadas a registros presentes em sua memoria.
Segundo Lowenfeld (1977) e Merèdieu (1979) com seis anos a criança já produz traços em seus desenhos que os adultos reconhecem facilmente e a capacidade de transparência, onde a criança desenha externamente e internamente na mesma produção, chamado de visão de raio X, características presentes que constroem o desenho infantil de forma geral. Com essa idade a criança, antes de desenhar, estrutura seus processos mentais estabelecendo relações com seu ambiente, pensados, os desenhos são esquematizados e possuem estruturas. (Machado)
O desenho para a criança, entre todas as coisas, é um jeito de se divertir, brincar, é um jogo no qual pode criar suas próprias regras e se divertir sozinha, quando desenha a criança passa por um processo vivencial e existencial, quando termina seu registro a criança observa atentamente o que fez e decide se gosta ou não, e determina o destino do desenho se rasga ou amassa só pelo prazer que vai gerar, se guarda ou dá para alguém. A criança é interprete verbal de seu próprio desenho, a aquisição da fala durante os desenhos vai gerar uma nova relação da criança com o mundo ao transformar seus riscos em personagem, figuras ou historias e explicações que se transformam rapidamente em outras historias. (Sio)
Para Derdyk (2003 >apud SIO, p. 8), a criança é um ser global, completo, capaz de misturar manifestações, canta ao desenhar, desenha enquanto ouve historias, representa enquanto fala.
É fundamental o conhecimento de pais e professores sobre as fases pelas quais as crianças percorrem, para que contribuam de forma significativa criando condições e deixando que se expressem livremente, desde seus riscos até os desenhos, deixando a criança mais segura e determinada durante a construção e estruturação da sua linguagem e pensamento, contribuindo para seu desenvolvimento total desde construir símbolos até comunicação verbal e personalidade.(Sio)
O desenvolvimento da criança e de seu desenho não acontece de forma linear e única em todas as crianças, cada criança tem seu jeito de agir e sentir e influências diferentes do contexto sócio-histórico-cultural. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
1.3 Contribuições teóricas.
As crianças sempre desenharam, uma ação normal e do conhecimento de todos, mesmo assim os primeiros estudos que abordam a importância desenho infantil possuem pouco mais de um século, o que demostra o desinteresse que nossos antepassados possuíam,deixando assim o desenho infantil sem muitas ralações com a criança e o seu desenvolvimento. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
Jean Jacques Rousseau, com seus estudos sobre a originalidade da infância, acreditava que a infância é importante para o desenvolvimento da criança em direção à fase adulta e que infância é uma etapa do ser criança. Com as contribuições de Rousseau o interesse pela criança começou a mudar e autores começaram a interessar-se e discutir mais sobre desenvolvimento infantil, pensamento, linguagem e as várias etapas no desenvolvimento infantil, assim, o desenho infantil passou a ser estudado por vários profissionais como psicólogos, pedagogos, artistas e educadores, afim de entender cada ver melhor o desenvolvimento infantil. (Cassimiro, Moura, Pimentel)
Em seguida, o desenho é introduzido no tratamento psicanalítico: em 1926, Sophie Morgenstern trata desse modo um caso de mutismo numa criança de 9 anos. Paralelamente, prosseguem estudos sobre o “sentido estético” da criança; estabelecem-se comparações entre o estilo infantil e os quadros dos mestres, submetem-se as produções infantis aos cânones da beleza [...] (MÈREDIEU, 1974, p. 2)
Muitos teóricos estudam o desenho infantil e para muitos deles o desenho infantil é entendido como uma reconstrução do universo da criança, revelando o desenvolvimento intelectual, social, emocional e perspectivo. (Silva, Tavares, 2011) “Para melhor compreensão da criança, é necessário conhecer algumas teorias que identificam, as fases pelas quais passa,para que possamos estimulá-las e respeitá-las de acordo com seu desenvolvimento” (SIO, p. 10)
Segundo Nicolau (1997 >apud SIO, p. 10) nós aprendemos sentindo e pensando desde a infância, se faz necessário conhecer a criança e compreendê-la para que seja possível estimular e guiar a criança compreendendo suas criações e maneiras de expressão, para tanto é preciso observar as fases do desenvolvimento infantil, para compreender e respeitar seu desenvolvimento biológico. 
O interesse sobre o desenho infantil surgiu na segunda metade do século XIX para um estudo psicológico, mas somente no início do século vinte as contribuições para a evolução psíquica foram reconhecidas e registradas em trabalhos desenvolvidos por Luquet (1912-1969), que chama a primeira fase de rabiscos ou garatujas devido aos traços produzidos simplesmente para gerar prazer, sem a preocupação do produto final, posteriormente começa a observar com mais atenção, e suas observações influenciarão suas produções, os riscos possuem nome, significados para a criança assim se inicia a fase do desenho. Para Luquet o desenho é uma manifestação da capacidade representativa. (Sio)
Influenciado pelo inatismo, Lowenfeld acredita que a produção dos desenhos infantis não dependem do meio social em que estão inseridos ou da sua cultura, assim sem exceções todas as crianças independente do contexto em que vivemvão passar por todas as fases de evolução do desenho. A criança desenha sozinha segundo a linha de pensamento do inatismo, o interesse maior é o produto que se originou, deixando o processo e o contexto em ultimo lugar. A participação social no desenho infantil segundo Stem (1992) não é necessário influencias do mundo sobre as obras infantis, o desenho não é algo que precise se ensinar, os desejos, vontades e sentimentos são os guias para desenvolver essa atividade, o desenho ocorre de maneira espontânea e o meio social é responsável pelo ritmo das etapas que se seguem. (Silva 2002)
A autora RhodaKellogg (1969 >apud SILVA, 2002, p. 20) aborda em seus estudos que a participação do contexto social é uma possibilidade, o outro pode afetar o desenho infantil ou não e a interferência do adulto é algo que atrapalha a criança mesmo sendo uma ação carregada de cultura.
Merèdieu (1979), apoiada nas teorias construtivistas de Piaget, explica o desenho infantil com estágios do grafismo. A autora acredita na importância do meio cultural e social sobre o desenho, a criança tende a retratar experiências vividas em seu contexto social de forma inconsciente, os quais investigados pela abordagem da psicanálise.
Uma outra abordagem sobre o desenho no desenvolvimento infantil, foi desenvolvida por L. S. Vygotsky, vai explicar o desenho em etapas, dividindo-o em fases o desenvolvimento do grafismo. As teorias de Vygotsky se iniciam quando a criança começa a fazer desenhos figurativos, que evoluem de esquema, representação, esquemático-formalista, desenho realista e imagem plástica, a garatuja e rabiscos não fazendo parte de nenhuma das fases. O avanço sobre as fases do desenho seguem a idade cronológica, ou seja,a passagem pelas etapas acontecem de forma natural. Para o autor a imaginação infantil tem grande importância, devendo ser desenvolvida através de experiências, no intuito de preparar a criança para o futuro. (Silva 2002)
Bibliografia:
SILVA. Silvia Maria Cintra da.A constituição social do desenho da criança. São Paulo: Mercado de Letras, 2002.
MÈREDIEU. Florence de. O desenho infantil. Tradução: Álvaro Lorencini e Sandra M. Nitrini. São Paulo: Cultrix, 1974.
LOWENFELD, V. A criança e sua arte: um guia para os pais. Tradução Miguel Maillet. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
COX. Maureen. Desenho da Criança. Tradução: Evandro Ferreira. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
DERDYK. Edith. Formas de Pensar o Desenho. Desenvolvimento do Grafismo Infantil. 3ª edição. São Paulo: Scipicione, 1989.
MOREIRA, Ana Angélica Albano. O espaço do desenho: a educação do educador. 8ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 1993/1999.
SILVA, Aline & TAVARES, Helenice. O desenho infantil como fator primordial no
desenvolvimento infantil. In: Revista da Católica. Faculdade Católica de
Uberlândia.v.2.n4.julh/dez.2010. Acessado em: 18 de Nov de 2012.
MACHADO. Fernanda de Morais. O Desenho Infantil. O desenvolvimento da criatividade e da percepção visual. Disponível em: http://www.dad.puc-rio.br/dad07/arquivos_downloads/37.pdf Acessado em: 21 de Fev de 2013. 
CASTANHO. Stefanie Terezinha & FERREIRA. Franciely& MACHADO. Beatriz & SOBRAL. Viviane. A importância do desenho infantil no desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos. In: Revista Eletrônica INESUL / Instituto de Ensino Superior de Londrina – Faculdade Integrado INESUL. v.15 n.1 – jan/mar 2012 [on - line]. Trimestral. Acessado em: 15 de Mar de 2013.
CASSIMIRO. Maria Aparecida D’Ávila & MOURA. Gláucia & PIMENTEL. Edna Furukawa. Desenho Infantil: Ler, escrever, interpretar e criar. Disponível em: Acessado em: 12 de Mar de 2013.


SIO. Rosa Terezinha Gomes de. A importância do desenho no desenvolvimento infantil crianças de 02 a 07 anos. Dispónivel em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2004/anaisEvento/Documentos/CI/TC-CI0086.pdfAcessado em: 12 de Mar de 2013.

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